A família é a nossa célula de origem. É como chegamos a este mundo.

Trazemos tudo o que somos e colocamos no corpo físico que recebemos da nossa estrutura familiar.

A genética, a constituição física do nosso corpo – recebemos tudo isso da família e nos sentimos de alguma forma endividados com ela, porque uma vida não se paga.

Eu recebi a vida, o meu corpo físico de meus pais biológicos e aqui eu estou, porque eu recebi isso deles, assim como você.

Todo desafio com a família está em aceitar as pessoas como elas são, porque família não é como um emprego que você pode eventualmente mudar, família não é uma relação de trabalho, não é um amigo do qual você pode eventualmente se afastar.

A família sempre vai existir. Ela está aí. Ainda que você vá para outro lado do mundo, a sua família está ali. E ter um relacionamento amoroso suavizado com a família pode ser extremamente empoderador.

Isso apenas acontece quando você começa a aceitar o outro assim como ele é, aceitar a pessoa com quem você vive, a pessoa com quem você dorme, a pessoa com quem você convive dentro da sua casa.

Existem famílias não consanguíneas que vamos construindo ao longo da jornada. Companheiros com os quais nos relacionamos de forma muito próxima no convívio familiar.

Apenas é possível ter leveza nesses relacionamentos, a partir do momento em que eu aceito o outro assim como ele é. Portanto, comece a preparar isso. Comece a ensaiar isso para a sua vida. Como? Vá até o espelho. Olhe no espelho e diga para aquela pessoa: eu me amo e me aceito assim como eu sou. Eu te amo e te aceito assim como você é. Isso mesmo, para a pessoa no espelho.

Veja se você é capaz de aceitar a você mesmo assim como você é, incondicionalmente, sem julgamentos, porque se você for listar os defeitos de quem você vê no espelho, serão muitos. Qualquer um vai encontrar defeitos, é fácil. Fomos treinados para isso. Nós treinamos para isso e exercitamos o tempo todo. Apenas olhe para quem está no espelho e aceite essa pessoa assim como ela é.

Suavize sua jornada com os seus companheiros de jornada. Olhe para eles e veja que algo que você não gosta deles, talvez seja algo que esteja aí dentro de você, e seguramente é.

Portanto, apenas olhe para eles, aceite os seus familiares assim como eles são, com todas as limitações, ainda que possam ser limitações muito difíceis.

Sim, você vai ter que conviver com alguém que é mais agressivo, alguém que tem uma questão muito complicada. E quando essa eventualidade acontece, você vai ter que ver como se relacionar com isso de forma amorosa, ainda que você tenha que tomar uma atitude decisiva, incisiva, mas veja se é possível fazer isso a partir do seu coração, por amor a essa pessoa, por amor a você mesmo.

Que assim seja.

 

Dhyan Deepak

Terapeuta e Coordenador de Os Corpos da Alma