Cavei buracos, alguns com vários metros de profundidade. As “tocas” na horizontal nunca foram permitidas. Ainda que eu tenha construído uma porta “secreta” de madeira besuntada com barro, devidamente instalada no fundo de um buraco a cerca de cinco metros abaixo da superfície, ela não passou despercebida, e a caverna não pôde evoluir.

Construí cabaninhas, como as chamávamos no núcleo familiar. Foram muitas, desde ninhos nas árvores, onde cheguei a cochilar, até estruturas imponentes sobre troncos com telhado de sapé. Até o final da adolescência, ainda construí uma para meu irmão mais novo — esta, uma obra de engenharia no topo de um poste de concreto.

Não, não parei aí. Para meus filhos, foram duas cabaninhas: uma para as meninas Mariana e Julia, e outra para Renan.

Mais adiante, na jornada de construção do Deepak, a cabaninha transformou-se na tenda do suor, o Temascal (há uma crônica sobre este assunto). Hoje, sempre que conduzo um Temascal, a criança, o menino, vem comigo para desfrutar da alegria e dos elementos presentes, mas, fundamentalmente, para me guiar nos trabalhos.

Dhyan Deepak não poderia existir sem o menino construtor de cavernas e cabaninhas.

Ele, o menino, o moleque, sempre foi minha mola propulsora para novas aventuras neste plano terreno.