Esta é uma questão importante. Na imensa maioria dos casos, em nossa atual sociedade, o que fazemos é tomar um analgésico para não sentir a dor. Tomar algo para que eu não sinta a dor, para não olhar para a dor.
Entenda: esconder a dor do seu corpo, do sistema neurológico, do seu corpo mental, não vai impedir que a dor exista. Ela está lá. Você sente a dor, ela está lá. Eu não quero condenar o analgésico. Na verdade, é uma ferramenta tecnológica preciosa que temos hoje na medicina.
Portanto, não estou aqui para dizer “não use isso ou aquilo” ou “use aquilo lá”. Não estou aqui para dizer o que você tem que fazer, mas trazer a sua atenção para o que está aí, a dor no corpo.
Essa dor pode ser física, em alguma parte do corpo, algo que se manifestou no seu corpo físico. Essa dor pode ser uma dor emocional, algo profundo, uma perda, uma questão de relacionamento, uma perda na atividade, no trabalho, uma perda de emprego, de um ente querido, várias dores.
Não olhar para elas não vai impedir que elas estejam lá, que elas estejam no seu corpo. A dor sempre te traz, está chamando atenção. Tem algo aqui para ser olhado, algo aqui para ser curado. Você é o seu próprio curador. Não existe outro.
Usamos os recursos de fora, usamos as tecnologias, mas, quem cura você, é você. O ferimento abriu, um corte se fez em alguma parte do corpo, a tecnologia vai costurar esse corte, vai desinfetar esse corte, mas quem vai restaurar o tecido é você.
É você quem reconstrói o seu corpo a cada dia, é você que troca as células do seu corpo, todas elas, a cada 2 anos, mais ou menos. Renovamos, restauramos, estabilizamos o corpo. E, se eu guardar dores, energias, se eu esconder de mim mesmo, eu vou estar armazenando-as no corpo e elas vão se manifestar em algum momento, talvez na forma de uma doença, de um agravamento de um quadro.
Se eu sinto a dor, é preciso olhar para ela. A dor é física, é dor de cabeça, é dor em alguma parte do corpo. Eu tomo o analgésico consciente de que, quando passar o efeito, eu vou voltar a sentir a dor, eu olho para ela e tomo outro analgésico.
Mas, talvez, eu possa começar a buscar a cura dessa dor, olhar para ela. Preciso de ajuda para olhar isso. Há inúmeros especialistas no mundo. Veja os recursos que você tem, as pessoas que podem te dar assistência, e caminhe em direção à sua própria cura.
A dor te chama para o corpo, ela está dizendo “eu estou aqui”, o corpo está dizendo para você “eu estou aqui”. Cuide dele, é o seu veículo sagrado. É a sua ferramenta sagrada para estar neste mundo. Que assim seja.
Dhyan Deepak
Terapeuta e Coordenador de Os Corpos da Alma
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